Andrés Bruzzone é um brasileiro nascido na Argentina. Filho de artista plástico, criou-se em Mar del Plata, à beira de um mar que o chamou desde cedo. Com 17 anos, cruzou o Atlântico em um veleiro pela primeira vez: o faria mais três vezes, levado pela paixão de ir sempre além do horizonte. A travessia mais recente, em solitário, deu início a uma volta ao mundo que espera completar nos próximos três anos no seu veleiro, Endeavour.





Morou em Buenos Aires, Paris, Rio de Janeiro, Lima e São Paulo. Em Paris foi correspondente de um grupo de mídia argentino. Veio ao Brasil por um desafio profissional em 1994 e aqui se apaixonou pela terra, pela música e pelas pessoas. Foi diretor-superintendente da Abril e consultor em vários países da região. Dedicou a vida à comunicação, como jornalista, como empresário e como pesquisador; em 2018 defendeu uma tese de doutorado, na USP, procurando uma base filosófica para a comunicação.
Trabalhou com TV, jornais e revistas, e desde 2004 lida com mídia digital, contribuindo com meios que necessitam se adaptar à nova realidade na forma de produzir, distribuir e consumir informação. Em 2016 fundou a Pyxys, empresa que busca encontrar caminhos diferentes para a comunicação. Acredita que as pessoas estão acima das corporações, que é possível fazer negócios respeitando valores e que a comunicação, se bem usada, pode fazer muito bem às pessoas e à democracia.
A questão política é interesse antigo, dos tempos de militância em partidos de esquerda moderada. Acompanhando a realidade argentina, teve contato com uma sociedade polarizada entre peronismo e anti-peronismo. Por isso, o antipetismo ganhar o centro de cena não foi surpresa. Tendo experimentado como a polarização matava a inteligência e tornava impossível o debate, resolveu entrar de cheio no assunto pela porta daqueles saberes que lhe são familiares.
Um congresso internacional de comunicação e filosofia foi a oportunidade de apresentar uma leitura da realidade brasileira à luz do encontro entre filosofia, comunicação e política. Surgiu assim o embrião de Ciberpopulismo – Política e democracia no mundo digital, um livro que se propõe a contribuir com a compreensão dos desafios que enfrenta o Brasil.
Partindo de uma filosofia da comunicação que vê o homem como ser essencialmente relacional, o livro analisa as mudanças que a evolução tecnológica causa na cultura e nas sociedades e como isso é refletido na constituição política das nações. O uso de ferramentas e técnicas para construir consenso em torno a realidades paralelas e dar vazão a paixões reprisadas é o fator que está por trás do surgimento dos movimentos populistas de extrema direita em vários países.
É o ciberpopulismo, combinação eficiente de técnicas de propaganda do século XX com as possibilidades abertas pela tecnologia no século XXI; a convergência do populismo e das mídias digitais. Replicando a velocidade do avanço tecnológico, ele já mostrou a sua capacidade de causar alterações estruturais nos países e na geopolítica. Mas como funciona exatamente o ciberpopulismo? Qual o impacto da comunicação atual nas democracias? Como o Brasil se encaixa nessa conjuntura? Este livro responde a questões como essas e mostra as consequências da comunicação nesse contexto, na forma de polarização social e crescimento das posições de extrema direita, e os riscos para a democracia. Indica, por fim, as possíveis saídas para os impasses que nos preocupam: menos democracia, mais intolerância, retrocessos na inteligência e na sabedoria de algumas nações, entre elas o nosso país.